24 de janeiro de 2013

Casal acusa concessionária de racismo contra filho de 7 anos no Rio de Janeiro


Da Redação
O casal Ronald Munk e Priscilla Celeste se depararam com uma atitude preconceituosa contra seu filho em uma ida à concessionária da BMW Autokraft, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, no dia 12 de janeiro. O menino, de sete anos, que é negro, teria sido confundido com um menino de rua por um funcionário da loja, que o mandou sair do estabelecimento.
De acordo com Priscilla, o casal conversava com o funcionário quando o filho, que havia se afastado, se aproximou deles. O atendente teria se voltado para a criança e falado: “Você não pode ficar aqui dentro. Aqui não é lugar para você. Saia da loja”. A mãe contou que o funcionário explicou sua atitude falando que “eles pedem dinheiro e incomodam os clientes”, sem ter percebido que o menino era filho do casal.
“Imediatamente peguei meu filho pela mão e saí da loja. Somos clientes da concessionária há anos. Inclusive temos um vendedor que sempre nos atende. Esperamos dias por uma retratação, não tomamos nenhuma atitude imediata e não acionamos a polícia para preservar nosso filho”, afirmou Priscilla.
“Quando eu afirmei que aquela criança negra era o nosso filho, ele ficou completamente sem ação, gaguejou e pediu desculpas. Sem entender nada, nosso filho chegou a questionar por que não aceitavam crianças naquela loja já que havia uma televisão passando desenhos animados”, contou Munk, que afirmou que não é a primeira vez que seu filho, que é adotado, sofre preconceito.
BMW e concessionária pediram desculpas, mas uso do termo “mal-entendido” indignou os pais
Nesta quarta-feira (23), a assessoria de imprensa do BMW Group encaminhou uma nota ao G1pedindo desculpas ao casal. No dia 16, Ronald e Priscilla enviaram um e-mail à empresa relatando o ocorrido, e receberam um pedido de desculpas da BMW rapidamente. Ainda assim, o casal exigiu saber quais medidas seriam tomadas em relação ao funcionário que os atendeu.
Sete dias após o incidente, o casal recebeu um e-mail de “desculpas” da concessionária Autokraft. Nele, a empresa afirma que o gerente da loja “entendeu que o casal não estava acompanhado por qualquer pessoa, incluindo a criança. E já que ela estava absolutamente desacompanhada na loja, o funcionário teria alertado o garoto que ele não poderia ali permanecer e que tudo não passou de um mal-entendido”.
O uso do termo “mal-entendido” provocou indignação em Priscilla e Ronald, que criaram a página no Facebook “Preconceito racial não é mal-entendido”, neste domingo (20). “Compartilhamos a página só com amigos. Agora já tem um monte de gente contando histórias muito parecidas com a nossa. Preconceito racial é crime. As pessoas têm que tomar conhecimento disso e não se calarem”, pontuou Priscilla.
Com informações do G1

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